No próximo sábado teremos a grande final da Libertadores da América 2019. A partida entre Flamengo e River Plate em Lima no Peru, será a primeira em formato de jogo único.
O clube brasileiro não chega a uma final da competição desde 1981. Já o River Plate, tetracampeão, sagrou-se campeão em 2018, em um confronto contra o arquirrival Boca Juniors.
Flamengo e River Plate em termos administrativos têm histórias similares. Ambos reestruturam sua gestão depois de sérios problemas e seguramente são os dois times mais fortes do continente na atualidade.
A Sports Value analisou os dados financeiros dos dois finalistas desta Libertadores, com muitas conclusões interessantes.
A análise do River Plate é fortemente impactada pela situação econômica que vive a Argentina. Embora o clube tenha dobrado suas receitas em pesos argentinos nos últimos quatro anos, em dólar o valor caiu pela metade.
Flamengo
Flamengo encerrou 2018 com uma receita total de R$ 543 milhões, ou US$ 140 milhões, e em 9 meses de 2019 essa receita já atingiu US$ 167 milhões. Seguramente em 2019 será o time brasileiro com mais receitas geradas e possivelmente de todo o continente americano.
Essa alta receita é fortemente impactada pelos mais de US$ 57 milhões vindos da TV, outros US$ 24 milhões provenientes do sócio torcedor e bilheteria, e aproximadamente US$ 22 milhões em patrocínios.
O clube investiu pesado em contratações, o saldo do seu investimento já supera os US$ 85 milhões.
Os custos com futebol do clube em 2018 atingiram US$ 90 milhões e a expectativa que em 2019 supere os US$ 120 milhões. Em 2018 os custos com futebol representaram 65% das receitas.
Flamengo -Receitas e Custos com Futebol – US$ milhões
Mesmo com essa alta nos custos, Flamengo permanece encerrando as temporadas com superávits. Em seis anos já acumulou mais de US$ 160 milhões em lucros.
River Plate
River Plate encerrou 2018 com o maior faturamento da sua história, 2,1 bilhões de pesos, cerca de US$ 58 milhões. Em 2015 gerou receitas de 1 bilhão de pesos, ou US$ 113 milhões.
A situação cambial na Argentina ficou tão caótica que em quatro anos o clube dobrou de tamanho em pesos, mas caiu pela metade em dólares. E para 2019 a situação ficou ainda pior.
E isso torna a façanha administrativa e esportiva do River Plate mais impressionante ainda, já que sua principal receita é gerada com seus sócios e venda de abonos (venda da temporada), que representam mais de 26% do seu faturamento.
As receitas geradas com os torcedores são mais representativas que os direitos de TV ou os patrocínios.
Em um mercado em crise, com pesada inflação e a população sofrendo com perda de poder de compra é realmente um dado contundente. As receitas com os sócios em 2018 chegaram a 558 milhões de pesos, ou US$ 15 milhões.
Os custos com futebol do River Plate atingiram o maior valor da sua história em 2018, com um total gasto de 1,08 bilhão de pesos, cerca de US$ 29 milhões, ou 50% de sua receita total.
River Plate -Receitas e Custos com Futebol – US$ milhões
Para fazer frente a essa evolução dos gastos com futebol, recorreu aos empréstimos e gastou muito em juros bancários, encerrando 2018 com déficits de mais de US$ 14 milhões.
Nos últimos quatro anos foi a primeira vez que o clube fechou no vermelho.