Modelo de gestão empresarial do futebol chileno

Sports Value, ciente do momento do futebol brasileiro, com as mudanças legislativas para a criação do clube empresa, começa hoje uma série de análises sobre o tema.

Vamos apresentar os modelos empresariais do mercado latino-americano influenciados pelo que ocorreu na Europa e EUA, e que devem ser estudados nesse momento de mudanças no Brasil.

Este primeiro capítulo da série tratará do mercado do Chile, depois será a vez da Colômbia e por fim o México.

Iniciamos com uma entrevista com Daniel Duclos, doutor pela Pontifícia Universidade Católica de Valparaiso e na sequência uma análise financeira do mercado chileno de futebol.

Modelo de gestão empresarial do futebol chileno

O mercado chileno é um grande desconhecido dos brasileiros. Mudanças profundas ocorreram na estrutura do mercado em 2005. Hoje o futebol profissional do Chile é a terceira força do mercado latino-americano, apenas atrás do Brasil e México. Isso em um país de 19 milhões de habitantes.

Os clubes de 1ª, 2ª e 3ª divisões juntos faturaram mais de US$ 180 milhões em 2019.

Para entender o que ocorreu no Chile convidamos o professor Daniel Duclos, catedrático da Pontifícia Universidade Católica de Valparaiso. Falamos das mudanças de clubes para Sociedades Anônimas, concentração de riqueza nos maiores times, riscos e benefícios das mudanças legislativas. Uma masterclass!

Na sequência uma análise financeira do mercado chileno de futebol.

Chile mostra poder de organização empresarial e potencial para crescer

Indiscutivelmente o futebol chileno se beneficiou do modelo de gestão empresarial criado há 15 anos. País pode crescer muito, especialmente se buscar novos mercados internacionais.

O faturamento dos clubes de 1ª Divisão alcançou US$ 154 milhões. Maior que times argentinos e colombianos. Por outro lado, dinheiro está bem concentrado nas mãos dos maiores times do país.

Colo Colo com receitas de US$ 24 milhões em 2019, Universidad Católica US$ 21 milhões e Universidad de Chile com US$ 20 milhões concentram 42% das receitas da primeira divisão.

A segunda divisão fatura outros US$ 34 milhões, sendo US$ 23 milhões da TV e a terceira divisão US$ 2 milhões. Números absolutamente transparentes, resultado também da nova legislação e maturidade do mercado.

Um ponto que chamou a atenção nos números é que as Sociedades Anônimas têm operação mais cara, não é apenas um time de futebol. Despesas de administração e operação mais alta exigem capacidade maior de geração de receitas, a fim de crescer de forma sólida e saudável.